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sábado, 10 de julho de 2010

Que coisa sou eu?


O que sou eu, senão um monte de nada
que acha que tudo a sua volta orbita ao seu redor?
O que sou eu, senão um punhado de idiotices
que se mete a impor sua opinião aos outros?

Quem pode com este ser confuso e prepotente
que, sem pedir licença, se apossa de almas incautas?
Quem pode suportar tamanha empáfia e arrogância
vindas de coisa tão insignificante?

O homem que sou ou a coisa que sou, insiste em
dominar, submeter, amedrontar, subjugar, admirando-se
dos atos covardes, próprios dos impostores.
Quem se mete à frente deste rolo compressor que esmaga
impiedosamente os ideais mais nobres dos que acreditam?

Ser abjeto e infame que, por puro prazer, corrói com a ferrugem
da realidade os sonhos dos esperançosos.
Corrupto, mesquinho e avarento que se apodera do fruto do suor
dos que, sob o sol da honestidade, labutam pelo pão e pela vida.

Impeça que este “eu” impiedoso domine por completo
seus mais nobres “eus”, antes e bem antes que a coisa que é
se apodere do que pensa que quer ser.

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