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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Meu cúmplice



Cometi um crime: sangrei minha consciência, violei meu ideal.
Vendi-me por qualquer moeda sem vacilar. Conflito d alma.
Meu cúmplice estava lá a todo o momento. Olhos a observar.

Meu perdão se distancia, minha pena se aproxima: fui sentenciado.
O algoz que me persegue não persegue meu cúmplice.
Impune, livre, faceiro, desfila com cara de inocente. E convence.

Injusto? Não. Meu cúmplice nada podia fazer para me deter.
Delito imperdoável: fraco, deixei que o vento me levasse.
O caminho, que segui, não era o único. Havia bifurcação.

Atormentado pelo que fiz, observo meu comparsa com inveja.
Ele não sente culpa. Talvez porque não tenha ou pensa não tê-la.
Que perverso! Covarde, passa fingindo que não me conhece.

Cadê o companheiro de sempre? Foge para não se comprometer.
O pior desta história é que depois de tanta procura o encontrei bem perto.
Olhei para o espelho e me deparei com o reflexo da dura realidade.

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