Mãos firmes passam a linha lambida pelo orifício metálico.
Arte de tecer a palavra costurando ponto a ponto a vida.
Lá vai a palavra entrando e saindo do tecido de forma quase sexual.
A trama se abre eufórica a espera da agulha: palavra costurada.
Tecendo e transformando, a palavra segue viajando pano adentro.
Botão e lantejoula enfeitando a veste: palavra que envaidece.
Lã e feltro unidos pela linha: palavra que aquece.
A boneca de pano da menina: palavra que brinca.
Palavra bem costurada dá gosto de vestir: caimento impecável.
Palavra e costureira são íntimas: juntas tecem as cosias da vida.
A palavra pesponta a vida, costurando nossos sonhos.
A palavra enfeita os sonhos, colorindo nossa vida esbranquiçada.
3 comentários:
mais uma poesia perfeita, parabens
Sil Poletto
Parabéns Humberto,Gostei da estética dos versos, assim como do visual do Blog!Você sabe metaforizar a palavra, trabalhando com uma urdidura pouco convecional,é aí que fazes a diferença.Já tens livro publicado,se não o que estás esperando?
Boas fruições poéticas!
Seu poema está de black-tie! beijo
Postar um comentário