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segunda-feira, 19 de julho de 2010

O solitário e o ninguém


Acordei, me deparei comigo mesmo: ninguém a volta
Silêncio de alma solitária, barulho de nada: ninguém me incomodava

Deserto entre paredes, quilômetros de areia e pensamentos
Ninguém falava comigo, só meus botões me davam atenção

O telefone me fitava quieto: nem campainha, muito menos companhia
E este tal ninguém, sei lá com que intenções, insistindo em me acompanhar

Angústia, tranqüilidade: paradoxo. Ninguém podia sentir
O ninguém é o alguém que se foi ou ainda nem chegou

Acompanhante indesejado, visita que não se vai
Mas se o ninguém se for, quem ficará comigo? Alguém?

Solidão tem medida: se errar a dose, pode intoxicar, vira veneno
Falar sozinho é coisa de louco: dizem os amigos. Que amigos?

De supetão, o silêncio é quebrado nesta longa madrugada solitária:
- Paaai... Quero o meu leitinho! Pronto: fim do martírio, a realidade me chama

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